Greve na Justiça Eleitoral não atinge Brusque
Apesar das sucessivas declarações do governo na tentativa de intimidar a greve em alas do Poder Judiciário, os servidores da Justiça Eleitoral de Santa Catarina vêm protagonizando a maior mobilização grevista de sua história. Não são poucas as regiões onde os serviços estão comprometidos por conta da paralisação.
Na região de Brusque, porém, a situação é bastante diferente do que ocorre em outras pelo país à fora. A possibilidade de paralisação na 5ª e 86ª zonas eleitorais, das quais integram as cidades de Brusque, Guabiruba e Botuverá, a possibilidade de greve está descartada.
Carlos José Neiva Peixoto, chefe do cartório da 5ª Zona Eleitoral de Brusque, disse que o quadro de servidores lotado na unidade não pode aderir à greve. Isso porque, segundo determinação estabelecida pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), é necessário ter, no mínimo, 80% do efetivo trabalhando. Como só existem em Brusque três servidores nesta situação, se apenas um aderisse ao movimento já atingiria 65% nas duas zonas eleitorais, a 5ª e a 86ª.
Depois de seis anos de congelamento salarial, os servidores, cansados do que chamam de malabarismos financeiros para sobreviver ao efeito corrosivo da inflação e motivados pelo evidente desrespeito do governo federal com o exercício de suas funções e responsabilidades, acabaram por se unir, em forte coesão, em busca da almejada reposição salarial.
São seis anos de reposição salarial zero, contraposta com o acúmulo de aumentos sucessivos no custo de vida, sentido por todos os brasileiros. A inflação desse alcançou 41 pontos percentuais. Os planos de saúde foram majorados em 49% e a cesta básica em 60%.
Contrariando as reiteradas declarações do alto escalão do governo, com a única intenção de colocar a população em geral contra o movimento legítimo de reposição salarial do funcionalismo público, o direito pleiteado encontra-se protegido pela Constituição Federal.